Pensar
que os alunos irão se interessar por todos os gêneros textuais e obras
literárias que o professor tentar inserir na sala de aula é uma doce ilusão,
pois sabe-se que cada dia mais os alunos mostram-se opinativos e participativos
em ralação à leituras e atividades de aula.
A
iniciativa de Jandira Stand, professora da EMEF Humberto de Campos, em São
Paulo, foi aceita de forma surpreendente, exatamente pela maneira como ela
resolveu trabalhar com seus alunos o gênero textual fábula. O trabalho da
professora Jandira consiste em fazer com que o aluno reescreva uma fábula, com
a intenção de que o mesmo entenda melhor o desenrolar da história e o gênero
textual com que estão trabalhando.
O
método da reescrita utilizado pela professora é o que falta em grande parte dos
docentes que tenta trabalhar com obras clássicas no Ensino Médio, pois ainda
hoje alguns deles pensam que trabalhar com o cânone é exigir dos alunos
análises críticas dessas obras. Os alunos de Ensino Médio que, na maioria das
vezes, não estão prontos para isso, todavia submetem-se a fazer a árdua tarefa
de analisar a obra exigida porque “necessitam” passar de ano.
Sendo
assim, tem-se uma ideia do por que os alunos acabam rejeitando os clássicos e,
muitas vezes, qualquer outra obra. Segundo Furtado, “etapas devem ser seguidas
para a aproximação de uma obra clássica o aluno, e que qualquer salto dessa
aproximação gradual à leitura dos clássicos pode deixar como sequela uma
rejeição prévia a toda sugestão de leitura de textos literários não contemporâneos”.
Pensando
assim, trabalhar com a reescrita é dar a oportunidade do aluno ler um texto
clássico ao seu tempo, fazer suas diversas leituras e interpretações e, assim,
expressá-las, relacionado com a sua realidade, seu ponto de vista e os aspectos
que lhe parecem importantes; isso faz com que o aluno absorva, sinta o
clássico, pois deste modo possuirá tempo para pensar sobre o que foi lido, e
reconhecer-se – identificar-se na obra, e será esse tempo de reescrita e
reflexão que poderá fazer com que o aluno sinta satisfação de reescrever algo
tão importante para literatura.
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