A resiliência
constitui, por definição, como uma capacidade do ser humano de se distender sob
o efeito do estresse e depois voltar ao seu estado normal.
O conceito de
resiliência teve origem nas ciências físicas e a utilização nas ciências da
saúde aconteceu na década de 1970 a partir de estudos sobre pessoas que, mesmo
passando por experiências traumáticas, não desenvolviam doenças psíquicas.
Atualmente percebemos uma evolução dos
estudiosos no entendimento da resiliência por ultrapassar o traço puramente
individual, ampliado com a influência das suas relações e compreendida enquanto
processo.
Ao pensarmos nas
crianças e nos adolescentes, ser resiliente envolve a capacidade de ultrapassar
fatores de risco aos quais estão expostas e evitar as consequências negativas,
tais como, problemas de comportamento, emocionais ou dificuldades acadêmicas.
Tanto a família como grupo de colegas, escola e comunidade exercem influências
sobre as adaptações da criança, assim como aquisição de habilidades afetivas,
cognitivas, sociais e vocacionais.
Segundo a
Psicologia do Desenvolvimento, é considerado fator de risco quando a pessoa não
consegue lidar adequadamente com uma ou mais tarefas que marcam cada estágio de
sua vida. O que pode levar ao surgimento de sintomas, danos futuros nas
próximas fases e posterior ocorrência de psicopatologia.
Obstáculos individuais
ou ambientais que aumentam a vulnerabilidade da criança e do adolescente para
resultados negativos no seu desenvolvimento são considerados como risco.
De acordo com a
Associação Americana de Psicologia - APA, os seguintes fatores estão
relacionados à resiliência:
a) o relacionamento positivo com ao menos um
adulto significativo (parente ou não),
b) a existência de
uma âncora religiosa ou espiritual (fornece senso de significado),
c) expectativa
acadêmica alta e realista e suporte adequado,
d) ambiente
familiar positivo (limites claros, respeito pela autonomia do adolescente etc),
e) inteligência
emocional e f) habilidade para lidar com o estresse.
A resiliência
parece ter um valor muito especial para crianças e adolescentes para que
consigam superar com sucesso os múltiplos desafios e problemas com que são
confrontados cotidianamente.

Pesquisas apontam
que a resiliência aumenta com a idade, a consequente exposição a eventos
adversos e aprendizagem de estratégias de enfrentamento.
Por isso, necessitam de orientação e apoio,
tornando-se cada vez mais urgente o trabalho preventivo e ação com crianças no
desenvolvimento de resiliência.
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