segunda-feira, 2 de junho de 2014

Resiliência na infância

A resiliência constitui, por definição, como uma capacidade do ser humano de se distender sob o efeito do estresse e depois voltar ao seu estado normal.

O conceito de resiliência teve origem nas ciências físicas e a utilização nas ciências da saúde aconteceu na década de 1970 a partir de estudos sobre pessoas que, mesmo passando por experiências traumáticas, não desenvolviam doenças psíquicas.

 Atualmente percebemos uma evolução dos estudiosos no entendimento da resiliência por ultrapassar o traço puramente individual, ampliado com a influência das suas relações e compreendida enquanto processo.

Ao pensarmos nas crianças e nos adolescentes, ser resiliente envolve a capacidade de ultrapassar fatores de risco aos quais estão expostas e evitar as consequências negativas, tais como, problemas de comportamento, emocionais ou dificuldades acadêmicas. Tanto a família como grupo de colegas, escola e comunidade exercem influências sobre as adaptações da criança, assim como aquisição de habilidades afetivas, cognitivas, sociais e vocacionais.

Segundo a Psicologia do Desenvolvimento, é considerado fator de risco quando a pessoa não consegue lidar adequadamente com uma ou mais tarefas que marcam cada estágio de sua vida. O que pode levar ao surgimento de sintomas, danos futuros nas próximas fases e posterior ocorrência de psicopatologia. 

Obstáculos individuais ou ambientais que aumentam a vulnerabilidade da criança e do adolescente para resultados negativos no seu desenvolvimento são considerados como risco.

De acordo com a Associação Americana de Psicologia - APA, os seguintes fatores estão relacionados à resiliência:

 a) o relacionamento positivo com ao menos um adulto significativo (parente ou não),
b) a existência de uma âncora religiosa ou espiritual (fornece senso de significado),
c) expectativa acadêmica alta e realista e suporte adequado,
d) ambiente familiar positivo (limites claros, respeito pela autonomia do adolescente etc),
e) inteligência emocional e f) habilidade para lidar com o estresse.

A resiliência parece ter um valor muito especial para crianças e adolescentes para que consigam superar com sucesso os múltiplos desafios e problemas com que são confrontados cotidianamente.

Apesar do núcleo familiar ser o primeiro modelo de afetividade e sua principal referência, quanto mais contato com modelos positivos diante da vida eles tiverem desde cedo, mais encorajados eles serão para o desenvolvimento de suas próprias qualidades de empatia, compaixão e resiliência. Uma das habilidades que são consideradas colaboradoras para o desenvolvimento da resiliência é a de regular as reações emocionais em diversos contextos.

Pesquisas apontam que a resiliência aumenta com a idade, a consequente exposição a eventos adversos e aprendizagem de estratégias de enfrentamento.

 Por isso, necessitam de orientação e apoio, tornando-se cada vez mais urgente o trabalho preventivo e ação com crianças no desenvolvimento de resiliência.



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