Olhando
minhas anotações encontrei a aula de um professor de física sobre o conceito de
como preencher os espaços vazios. Colocou na mesa um recipiente com uma boca
larga da mesa, uma dúzia de bolas de golfe, um pacote com bolinhas de gude e um
saco com areia. Ficamos olhando para ele, esperando que falasse alguma coisa.
Ele simplesmente botou as bolas de golfe dentro do vasilhame até a boca. Então
perguntou aos alunos se o pote estava cheio. Logicamente que todos dissemos que
sim. Ato seguido pegou as bolinhas de gude e as deixou cair dentro do
recipiente, elas deslizaram entre os espaços deixados pelas bolas de golfe
preenchendo os espaços vazios. Voltou a perguntar se o pote estava cheio,
alguns disseram que sim, os restantes ficaram olhando com desconfiança. Ato
seguido despejou o saco de areia que imediatamente cobriu os espaços até a
boca, inclusive passou uma régua para que víssemos que não tinha sobrado nenhum
espaço. Perguntou: Agora está por fim cheia? Todos nós dissemos em coro: Claro,
professor, agora está cheia! Para surpresa geral, tomou a jarra com água que
sempre estava à disposição dos professores e começou a jogá-la lentamente no
pote. A areia ia descendendo à medida que ficava molhada e ainda ficou em cima
de tudo uma boa quantidade de água pura.
Pensei como
poderia aproveitar essa aula magistral numa das minhas e cheguei a seguinte
conclusão: Vou usar o exemplo de um colégio e que poderia aplicar-se a todo o
sistema educacional. Consideremos que as bolas de golfe são as coisas
importantes da educação: conteúdos a serem ensinados, professores capacitados,
alunos interessados e ambos motivados (e outros que vocês possam pensar). As
bolas de gude são o pessoal de apoio (coordenadores, pedagogos, inspetores,
instalações, etecetera). A areia seria os processos pedagógicos, os
administrativos, recursos humanos. A água o marketing que permeia toda a
estrutura de qualquer organização na nossa sociedade. A impressão que tenho
quando penso assim é que muitos colégios enchem o pote primeiro com água e
areia e depois querem colocar as bolas de golfe e as de gude. Dá no que dá. Na
estrutura atual do sistema educativo do Brasil, se o dinheiro que se gasta com
publicidade para mostrar ao povo quanto os políticos fazem em favor da educação,
fosse usado para comprar e usar bolas de golfe e de gude poderia estar muito
melhor.
Pensando
melhor, poderíamos aplicar esses conceitos em qualquer empresa ou nas nossas
vidas. Passamos muito tempo querendo guardar areia e água, em lugar de cuidar e
proteger nossas bolas de golfe e bolinhas de gude. A água evapora, a areia é
levada pelo vento, mas as coisas que são importantes na vida permanecem. Na
vida a família, na educação os professores. Podemos ficar sem casa ou sem
prédios, mas não podemos ficar sem pessoas que habitem nossas casas ou que
lecionem em nossos colégios. E o mais importante, não colocaria qualquer um na
minha casa, nem deixaria que qualquer um ensinasse a meus filhos. Pelos frutos
conhecerás a árvore, e pelos professores conhecerás um colégio.
E você, meu
amigo leitor, está juntando bolas de golfe ou areia.
Boa
reflexão!
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